Presidente disse ainda que embaixadores vão divulgar tranquilidade em relação à carne brasileira. Churrascaria serviu carnes importadas e brasileiras.
Por G1, Brasília
O presidente da República Michel Temer disse neste domingo (19), após jantar com embaixadores em uma churrascaria de Brasília, que não “viu exageros” por parte da Polícia Federal, na operação Carne Fraca.
“Não vi [exagero], houve uma ação integrada do
Ministério da Agricultura e da Polícia Federal”, disse Temer ao deixar a
churrascaria, localizada em um bairro de classe alta de Brasília.
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, chamou, mais cedo neste domingo, de "pirotecnia" a operação da PF.
Temer disse ainda que ouviu de embaixadores que os
representantes dos países presentes ao jantar vão “advogar junto a seus países
no sentido de divulgar a tranquilidade em relação ao consumo da carne
brasileira”.
Depois do jantar, Temer foi questionado sobre a
qualidade da carne e disse que estava muito “boa” e que todos “se deliciaram”.
Um dos funcionários do restaurante informou ao G1
que havia carnes importadas e brasileiras. O restaurante serviu picanhas
importadas do Uruguai e da Austrália, mas também peças produzidas no Brasil.
Também havia outros cortes de carnes produzidos no país.
O presidente afirmou ainda que não é “para se
causar um terror que está possivelmente imaginando que se possa causar” em
relação a ‘crise da carne’.
A lista de convidados não foi divulgada pela
assessoria da Presidência. Segundo o cerimonial, participaram do jantar 19
embaixadores e oito encarregados de negócio, portanto, representantes de 27
países, além dos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Blairo Maggi
(Agricultura).
A reserva foi feita para 80 pessoas e o jantar na
churrascaria custa R$ 119 por pessoa. Segundo o Planalto, a Presidência pagou
as refeições de Temer e dos 27 diplomatas, mas não as de servidores e de
assessores.
Na reunião com os embaixadores, o presidente fez um
pronunciamento no qual informou que haverá uma "força-tarefa" para auditar os frigoríficosalvos da operação Carne Fraca.
Michel Temer anuncia medidas após fraudes reveladas
pela operação Carne Fraca
Fiscalização 'robusta', mas não
'infalível'
Mais cedo, neste domingo, o ministro da Agricultura
concedeu uma entrevista à imprensa no Palácio do Planalto na qual disse que o
sistema de fiscalização da pasta é "forte" e "robusto", mas não
"infalível".
"Informo que o sistema do Brasil é forte, é
robusto, porém, não é infalível quando trabalhamos com pessoas", disse.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do
Ministério da Agricultura, Luiz Eduardo Pacifici Rangel, nas avaliações feitas
pelo governo, foi constatado que "não existe risco sanitário" no país.
Repercussão internacional
Neste domingo, pouco antes de se reunir com Temer
no Planalto, o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, manifestou preocupação com a crise decorrente das
revelações da Operação Carne Fraca. "Neste momento, a situação preocupa a
todos nós, claro", afirmou.
Na sexta, o governo dos Estados Unidos informou que
está "monitorando" a situação no Brasil.
"Neste momento, o Serviço de Segurança e
Inspeção de Alimentos (FSIS, na sigla em inglês) do Departamento de Agricultura
(USDA) está trabalhando com funcionários do USDA no Brasil para saber mais
sobre esse assunto. Também estamos em contato com o Ministério da Agricultura
brasileiro e continuaremos monitorando a situação", dizia o órgão na nota.
De acordo com o secretário-geral do Ministério das
Relações Exteriores, Marcos Galvão, nenhum país comunicou até agora ao país
decisão de aplicar embargo a produtos brasileiros.
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